Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), apesar de o aumento de 4% no preço da gasolina nas refinarias, anunciado pela Petrobras, implicar em uma ligeira e pontual melhoria na competitividade do etanol, o aumento de 8% no diesel deverá anular o eventual benefício para as usinas.
De acordo com Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da instituição, a alta do diesel no custo de produção do etanol tem um grande impacto. Devido ao grau de mecanização da atividade agrícola atual, a subida do preço do diesel reflete-se negativamente tanto no plantio quanto na colheita, carregamento e transporte. Além do mais, a formação do preço da gasolina, um dos maiores obstáculos ao investimento no setor de açúcar e etanol, continua a ser imprevisível.
A Petrobras informou que o seu Conselho de Administração aprovou a implementação de uma política de preços, cuja metodologia será apenas interna à companhia por motivos comerciais.
Neste sentido, Antônio de Pádua Rodrigues afirma que continua a não existir uma fórmula de criação de preços com parâmetros claros e estáveis, que atue como ponto de partida para a manutenção ou ajuste do preço da gasolina.
O preço da gasolina impõe limites ao preço do etanol, condicionando a rentabilidade das usinas, uma vez que para apelar ao consumidor, o biocombustível deverá ser vendido nos postos a 70%, no máximo.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar, ou Unica, criada em 1997, é a maior entidade que representa as principais empresas do setor sucroenergético no Brasil. Sem fins lucrativos, sua criação resultou da fusão de diversas organizações setoriais do estado de São Paulo, após a desregulamentação do setor no país.