A salvaguarda (restrição temporária às importações) ao fio de aço laminado e outros produtos dessa cadeia, decretada em outubro do ano passado por petição da Acerías Paz del Río, é motivo de protestos e preocupação para a Europa, México e Brasil que se manifestaram contra a medida, juntando-se aos protestos dos empresários locais, numa reunião celebrada no Ministério de Comércio.
Durante uma audiência realizada no Ministério de Comércio, Indústria e Turismo para ouvir as partes afetadas, foi determinado que a salvaguarda decretada teria falhas na informação fornecida ao ser solicitada. Outro motivo informado na audiência para o protesto foi a defesa dos 4.000 postos de trabalho em risco.
A Siderúrgica Paz del Río, representada por Martín Gustavo Ibarra e Hernando José Gómez, informou tratar-se de uma empresa representativa do país que sofreu o impacto do crescimento das importações de fio de aço laminado e outros produtos desse material, o que lhes provocou graves danos a nível econômico e financeiro.
Já David Simón, representante da Embaixada de México, afirmou que o seu país, como exportador de aço de alta qualidade, estranhou esta salvaguarda, vinda de um associado comercial confiável como a Colômbia e diz que não foram cumpridas as normas internacionais de comércio.
Um representante da embaixada de Espanha, que falou em nome da União Europeia, declarou que os motivos da medida não são bem fundados, por não existir qualquer dano grave para a companhia nas condições de mercado do ano anterior.
O representante de Portugal declarou que as companhias no seu país potencialmente atraídas pela promoção do investimento estrangeiro na Colômbia são empresas que respeitam as regras do mercado e também não apoiam este tipo de medidas.
Também a OMC avisa que um país-membro da organização apenas poderá adotar uma medida de salvaguarda se constatar que ocorreu um aumento das importações do produto que cause, ou eventualmente possa causar, dano grave. Acontece que tal dano não ocorreu, segundo os argumentos dos opositores da medida, que defendem que a mesma constitui um impedimento à concorrência.
O representante de empresas brasileiras e mexicanas, Luis Felipe Aguilar, afirmou que o Brasil e o México juntos não chegam a alcançar uma quota de 2% do mercado mundial de fio de aço laminado, não constituindo assim uma ameaça aos interesses da Paz del Río.
Fundada em 1948, Acerìas Paz del Río é a segunda maior empresa siderúrgica da Colômbia. A empresa iniciou a produção em 1954 e no ano de 2007 o grupo empresarial brasileiro adquiriu 51,1% das ações. Atualmente, a empresa é responsável por 30% do aço fabricado na Colômbia.