A indústria siderúrgica brasileira procura deter a perda consecutiva de competitividade a que se assistiu últimos anos, quer em termos de exportação de produtos siderúrgicos semi-elaborados e acabados, quer em termos de concorrer com produtos importados, que chegam da Ásia e Leste europeu.
Um estudo elaborado pelo setor revela que a situação pode vir a agravar-se caso não haja qualquer intervenção. O presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil (IABr) prevê que, em caso de não intervenção, em 2022, 58% do consumo aparente de aço do país tenha origem em material importado, índice atualmente na casa de 32%, considerando importações diretas (aços laminados na forma de chapas e bobinas) e indiretas (principalmente automóveis e autopeças, equipamentos e máquinas).
A China parece ser o maior entrave para as siderúrgicas no Brasil e outros países da América Latina, já que estes não têm capacidade para exportar e as siderúrgicas vêm enfrentando o material importado ao custo de perda de margem de ganho.
O presidente culpa ainda o fato de as medidas tomadas pelo governo (alta da alíquota de importação para alguns produtos) terem sido posteriormente retiradas. O governo está mais focado em controlar a inflação, manifestações, questão energética e eleições, entre outros.
A entrada direta de aço mais que dobrou e alcançou quase 6 milhões de toneladas em relação a 2008.
Nos chamados aços planos, a participação do produto importado atingiu 25% naquele ano e encontra-se no presente em torno de 12%, embora o nível confortável seja inferior a 8%. Já as importações indiretas, na mesma base de comparação, subiram cerca de 35%, para 4,2 milhões de toneladas no mesmo período e mantiveram um ritmo de crescimento anual acima de 10%.
A perda de mercado do setor no país, somados os dois movimentos de importação, equivale ao tamanho da Usiminas, com capacidade de fazer 9,5 milhões de toneladas de aço bruto por ano.
Devido a diversos fatores internos, como câmbio, elevação de custos de energia, mão-de-obra e a alta carga tributária, a capacidade de competir internamente com material importado e no mercado externo, onde há um grande excesso de oferta de aço, principalmente da China, é diminuta. Em 2013, as exportações do país caíram mais de 17%.
O excesso de capacidade ronda os 580 milhões de toneladas, a maior parte concentrado na China.
O IABr reúne as fabricantes de aço no país: Gerdau, ArcelorMittal, Usiminas ThyssenKrupp CSA, Votorantim, Sinobras, Aperam, Vallourec, VSB e Villares Metals. Ao todo, operam 29 usinas de aço, aptas a fabricar 48,4 milhões de toneladas de aço bruto ao ano.