Duplex e dessalinização

A maior parte do mundo é composta por água, mas a água potável torna-se escassa a cada dia. Este paradoxo refere-se ao fato de ser possível morrer de sede, perdidos no mar, rodeados por todos os lados de H2O. Obviamente, a alta concentração de sal e determinados minerais na água do mar torna-a imprópria para o consumo humano. Caso a água não fosse rejeitada pelo organismo, iria exacerbar os sintomas de sede extrema. A única forma de tornar a água do mar potável é remover todos os sais – a este processo chamamos dessalinização.

Um método comum de dessalinização é a destilação multiefeitos (Multi-Effect Distillation, ou MED), que pode ser levada a cabo em dois gradientes de temperatura (no gradiente mais baixo o processo chama-se LT-MED, sendo que LT significa Low Temperature ou baixa temperatura). O MED requer uma matriz de equipamento dedicado para ser bem-sucedido e o equipamento deverá ser bastante robusto para suportar as condições de corrosão extrema associadas aos trabalhos em água do mar. É nesta fase que o aço inoxidável entra.

No processo de dessalinização, a água do mar entra no evaporador MED, que incorpora um determinado número de células consecutivas (chamadas “efeitos”). Cada célula contém um feixe de tubos alinhados horizontalmente e é mantida a uma pressão e temperatura ligeiramente menor do que a célula anterior, de quente/alta pressão na primeira até frio/baixa pressão na última.
O topo do primeiro feixe de tubos é borrifado com água do mar, que se desloca de tubo em tubo com o efeito da gravidade.

É introduzido vapor no interior dos tubos para fornecer calor. Os tubos, normalmente fabricados em aço inoxidável 316 L, são arrefecidos externamente, fazendo com que a água potável seja destilada nos tubos.

O calor latente da condensação evapora a água do mar parcialmente para fora dos tubos, e o restante líquido concentra-se sob a forma de salmoura espessa no fundo da célula.
O vapor gerado pela evaporação é mais baixo que o vapor de aquecimento, mas é suficientemente quente para ser usado como meio de aquecimento para o efeito que se segue, reiniciando o processo.

Na última célula, o vapor produzido é levado a condensar num permutador de calor, refrigerado por água do mar e com uma saída onde algum do líquido aquecido pode ser recuperado e o restante é devolvido ao mar.

A salmoura e o destilado (água potável) são recolhidos de cada célula para a célula final, de onde são extraídos por meio de força centrífuga.

Atualmente, é possível usar aço duplex em componentes como os parafusos das aplicações MED, permitindo uma significativa poupança nos anos que se avizinham. Adicionalmente, os novos rebites 100% à prova de água que combinam 316 e Duplex resolvem o problema das fugas e da corrosão. A tecnologia não podia ter surgido em melhor altura, já que a nossa necessidade de água potável é cada vez maior.

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