De acordo com especialistas, quanto mais antigo é um maquinário, pior o desempenho, com o óbvio comprometimento da produtividade.
Carlos Pastoriza, da Abimaq, afirma que o parque industrial no Brasil é muito antigo e que se assiste a um subinvestimento em maquinário, além da obsolescência tecnológica, o que prejudica a competitividade do país.
A RTS Indústria e Comércio de Válvulas, empresa 100% nacional, fundada em abril de 1984, dedicada à fabricação de válvulas borboleta e de retenção, válvulas macho, esfera, atuadores pneumáticos etc., é um dos exemplos de indústria com maquinário mais antigo, com a idade dos equipamentos variando entre 5 e mais de 30 anos.
Ainda é utilizado, quando não há necessidade de medidas exatas, um torno mecânico com mais de 30 anos.
Pedro Lúcio, presidente da RTS, afirma que é atualmente mais barato fabricar na Alemanha que no Brasil. Ele critica ainda a cadeia de impostos nacional, que classifica como absurda. Além disso, a invasão de produtos importados não incentiva o investimento em produtividade no setor. Pedro Lúcio também aponta como razões para o fraco investimento a baixa lucratividade, a falta de confiança no crescimento sustentado da economia e a ausência de políticas para conter a competição dos produtos importados.
Segundo Carlos Pastoriza, da Abimaq, trata-se de um ciclo vicioso: a baixa lucratividade dificulta a atualização do parque fabril do país, e sem investimentos não é possível melhorar a competitividade.