Os ativos de minério de ferro têm sofrido desvalorização com a tendência de preços mais baixos e de redução da demanda chinesa, o que prevê que as minas à venda encalhem.
Os especialistas preveem um preço de US$ 90 por tonelada do minério até 2018, agravando o processo de desvalorização das reservas minerais. A tonelada oscila atualmente acima de US$ 110.
Com a perspectiva de um mercado menos aquecido para os próximos anos, a indústria de minérios tenta ajustar a oferta.
Atuamos num mercado repleto de incertezas e sem ter ciência sobre a dimensão de demanda da China. As grandes mineradoras tentam desfazer-se de ativos e as pequenas não têm capacidade de compra. As siderúrgicas, que movimentaram as fusões e aquisições anteriormente, encerraram suas atividades. Segundo o especialista em mineração da PwC, Ronaldo Valiño, não há previsões de alterações para 2014.
Há algum tempo que não surge um negócio de aquisição de minas envolvendo cifras elevadas no Brasil, e muitas das últimas transações não deram os resultados esperados pelos compradores.
As adversidades do setor siderúrgico, num momento de excesso de oferta de aço no mundo, agravam a situação adversa da mineração. A ociosidade dos altos-fornos levou à queda da demanda por minério e estima-se que, na América Latina, as usinas de aço continuem a viver num ambiente econômico desfavorável.
A Alacero, entidade que reúne os maiores fabricantes de aço do continente, prevê que em 2015 o consumo de aço dentro das sete principais economias da América Latina tenha taxas de crescimento abaixo da média mundial, devido, por um lado, ao previsível fim do “boom das commodities” e, por outro, aos altos níveis de incerteza dos mercados.
O valor da produção mineral no Brasil registrou uma queda de US$ 10 bilhões em três anos. Foram US$ 53 bilhões em 2011, em relação a uma previsão de US$ 43 bilhões para 2014.
Com mais de 300 minas em operação, Minas Gerais extrai mais de 160 milhões de toneladas por ano de minério de ferro em 250 municípios, sendo responsável por aproximadamente 53% da produção brasileira de minerais metálicos e 29% de minérios em geral.
