Setor siderúrgico aposta na exportação

Em um cenário de grave crise, a indústria siderúrgica nacional aposta nas exportações como saída.
Na avaliação do presidente do IABr, a oferta excessiva de aço no mercado mundial e a entrada de cada vez mais produtos siderúrgicos chineses no mundo aguçam a concorrência ao aço brasileiro. Assistimos, atualmente, à pior crise que o setor já enfrentou. De junho do ano passado ao mesmo mês de 2015, a indústria do aço demitiu cerca de 11,1 mil trabalhadores e suspendeu 1,4 mil contratos em sistema de lay¬off. Foram também adiados US$ 2,1 bilhões em investimentos. O IABr estima a perda de mais 4 mil postos de trabalho no setor até o fim deste ano.
Vivemos uma crise sem precedentes em que precisamos de soluções de emergência para evitar conseqüências danosas para o setor.
Temos ainda o problema das importações da China. De 15 anos para cá, a participação chinesa nas importações nacionais de aço passou de 1,3% para 52%. O consumo chinês de aço sempre girou em torno de 700 milhões de toneladas ao ano e tem caído, mas se o consumo cai e a capacidade se mantém, o país tenderá a tornar-se mais agressivo nas exportações. A China exportou cerca de 90 milhões de toneladas em 2014 e já está perto das de 110 milhões de toneladas este ano. Em função deste problema, uma solução pode ser a adoção de medidas protecionistas no ambiente doméstico.
Vale a pena lembrar que os Estados Unidos abriram uma petição de antidumping e direito compensatório contra alguns países, entre eles o Brasil. No laminado a frio, os Estados Unidos colocam um direito contra o Brasil da ordem de 60% e contra a China esse direito é de 265%. Isso representa no Brasil uma proteção em torno de 200% para poder compensar, segundo a avaliação norte-americana, a diferença que existe em termos de prática de dumping entre a China e os demais países.
Além dos problemas do setor, as companhias siderúrgicas brasileiras têm ainda que lidar com o custo Brasil, com impacto negativo não só para o setor, mas para a toda a indústria de transformação. O país tem a energia mais cara do mundo, o gás natural mais caro do mundo, carga tributária elevada. Há ainda que considerar o câmbio, porque apesar da apreciação do dólar em relação ao real, a relação com as moedas dos países concorrentes, onde ocorreram desvalorizações mais fortes ainda, não pode ser descurada.
Como solução para o problema, o presidente do IABr recomenda uma unidade por parte da indústria como um todo e sensibilidade por parte do governo para tornar a indústria prioritária no caminho para a recuperação econômica.

Previous articleKrones Steinecker develops the MicroCube
Next articleGEMÜ opens new factory in Shanghai