A Petrobras informou que fará investimentos em gasodutos e unidades de processamento de gás para escoar até ao litoral o gás natural da produção nos campos do pré-sal em alto mar.
Em linha com o seu plano de negócios para 2014-2018, a estatal prevê investir 5 bilhões de dólares, 50% dos recursos do sector do gás e energia, no escoamento e tratamento acima referido.
A companhia informou também que não planeia realizar novos investimentos na expansão da sua rede atual de gasodutos terrestre.
Para fazer face ao aumento esperado na oferta de gás até 2030, serão necessários investimentos na ordem dos 22 bilhões de dólares em infraestruturas de transporte terrestre, atualmente com 9 mil quilômetros de extensão, investimentos estes que poderiam, em alternativa, ser realizados por empresas privadas. A companhia fará apenas investimentos que garantam a continuidade, confiabilidade e segurança operacionais da infraestrutura existente.
Porém, de acordo com os especialistas, a Petrobras precisaria aumentar a sua malha existente ao nível terrestre, já que a estatal planeia uma oferta de 168 milhões de metros cúbicos de gás diários entre 2020 e 2030, comparados com os atuais 100 milhões de metros cúbicos. Com números muito maiores, é de esperar que o país precise de muito mais investimento em infraestruturas. O próprio governo planeia uma subida da oferta de gás nos anos que se avizinham, prevendo que possa atingir os 202,5 milhões de metros cúbicos por dia.
Contudo, o atual modelo em vigor serve de obstáculo aos investimentos, uma vez que a Petrobras atua da geração à distribuição, inibindo o investimento privado.
Além do mais, também a legislação vem travar os investimentos, já que, ao abrigo da Lei do Gás de 2009, os investimentos em transporte devem ser feitos por concurso público mediante envio de propostas ao governo. Assim, o processo de aprovação é, de acordo com os analistas, moroso e complexo, atrasando o início dos projetos.
